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Quais as dores das 'Marias' de hoje?

  • PASCOM
  • 28 de mar. de 2024
  • 4 min de leitura

Na Quarta-feira Santa (27), a Paróquia meditou sobre as sete dores de Maria.



Mas comunidades, o sofrimento de Nossa Senhora ajudou os fiéis a refletirem sobre seus próprios sofrimentos, especialmente aqueles relacionados à maternidade.



As celebrações foram realizadas de forma criativa, com elementos e adornos que simbolizaram o coração sofrido da mãe de Jesus.



Nessas celebrações, a participação de mulheres interagindo com esses elementos reforçaram a grande simbologia contida nas sete dores de Maria, como aconteceu na Comunidade Nossa Senhora dos Navegantes, onde, a cada reflexão, uma mulher colocava uma cruz em um coração de papel, acendia uma vela e cantava "Bendita Sejais".



Na Comunidade do Imaculado Coração de Maria a Paixão de Jesus também foi lembrada com uma singela encenação.

Na Igreja Matriz, a celebração foi presidida por padre Casimiro Malolepszy, que iniciou a Santa Missa fazendo um instante de silêncio pelas muitas intenções que, depois de impressas, foram colocadas sobre o altar.



Em seguida, ele rezou com todos a bonita oração que diz:


Ó mãe de Jesus e nossa mãe, Senhora das Dores. Nós vos contemplamos pela fé, aos pés da cruz, tendo nos braços o corpo sem vida do vosso Filho.

Uma espada de dor transpassou vossa alma, como predisserá o velho Simeão.

Vós sois a Mãe das Dores e continuais a sofrer as dores do nosso povo, porque sois Mãe companheira, peregrina e solidária.

Recolhei em vossas mãos os anseios e as angústias do povo sofrido, sem paz, sem pão, sem teto, sem direito a viver dignamente. E com vossas graças, fortalecei aqueles que lutam por transformações em nossa sociedade.

Permanecei conosco e dai-nos o vosso auxílio para que possamos converter as lutas em vitórias e as dores em alegrias.

Rogai por nós, ô Mãe, porque não sois apenas a Mãe das Dores, mas também a Senhora de todas as graças. Amém.



Com a ajuda de sete mulheres, que depositaram uma rosa nos pés da imagem de Nossa Senhora da Piedade, a cada episódio narrado sobre o sofrimento da mãe de Jesus, as sete dores foram meditadas, acompanhadas da oração da Ave Maria e de cânticos próprios.



A primeira dor, a professia de Simeão, traz o anúncio da missão de Jesus e da dolorosa previsão sobre a vida de Nossa Senhora: "Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma".



A segunda dor lembrou do sonho de São José, quando foi instruído a fugir com a família para o Egito, afim de evitar que Jesus fosse morto por Herodes.



Na terceira dor, Maria procura Jesus em Jerusalém. Ao final da festa da Páscoa, ela e José se perdem do Filho, deixando seus corações cheios de aflição.



A quarta dor de Maria mostra o momento do encontro com Jesus no caminho do calvário, em meio à multidão e ao lamento de muitas mulheres.



A quinta dor mostra Maria ao pé da cruz de Jesus, quando Ele a entrega aos cuidados do discípulo amado.



Na sexta dor, Maria recebe o corpo de Jesus descido da cruz, após José de Arimatéia pedi-lo a Pilatos.



Na sétima dor, Maria deposita o corpo de Jesus, envolvido em faixas de linho e aromas, no sepulcro que não fora utilizado por ninguém.



Na homilia, padre Casimiro falou sobre a traição de Judas, lembrando o episódio classificado pelo sacerdote como triste e revoltante. Apesar disso, o padre ressaltou que Judas não era uma pessoa ruim.

"A tragédia de Judas consiste justamente nisso: ele deixou-se levar pelas conversas, deixou-se levar pelas insinuações, ele chegou a procurar as vantagens a partir daquilo que oferecia a presença junto de Jesus [...] Por isso digo que a figura de Judas é uma figura trágica. É uma figura de pessoa que, mesmo estando perto de Jesus, mesmo tendo um bom exemplo do dia-a-dia, ainda assim conseguiu desviar-se para o mau caminho", explicou o pároco.

Com base nesse fato, ele pediu que ficássemos atentos ao perigo da transgressão.

"Então, que sirva para nós de alerta, porque o desvio para o mau caminho é um risco. A grande maioria não quer isso. Mas alguns poucos, lamentavelmente, mais fracos espiritualmente, às vezes intelectualmente, deixam-se levar pelos sonhos de ganância, pelos sonhos de fama, pelos sonhos de vida fácil", pontuou o padre.


O sacerdote também falou sobre as dores de Maria, especialmente para os devotos de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

"O nosso quadro está coberto. Mas vocês lembram, como é o quadro, não é? [...] No centro, a figura materna, que segura o Menino Jesus nos braços. O olhar assustado do Menino é provocado pelos anjos que lhe apresentam as ferramentas da paixão e morte. A mensagem deste quadro encaixa-se perfeitamente na mensagem da Semana Santa [...] Quando meditamos as dores de Nossa Senhora, ao mesmo tempo meditamos as dores de Jesus., porque o que sofre a mãe, o filho que é bom filho, também compartilha do sofrimento".



Ele lembrou também da maior dor que uma mãe pode sofrer, que é a perda do filho.

"Não sei se alguma mãe já teve aqui esta experiência de sensação de perca do filho [...] Deve ser uma dor enorme, deve ser uma dor muito forte [...] Normalmente, as gerações mais novas que sepultam as mais velhas. O ritmo normal, digamos assim, seria os filhos sepultando os pais. Mas quando a mãe precisa sepultar o filho, imagina! Então que, essa quarta-feira de hoje, não nos leve ao desespero. Mas nos leve à solidariedade com essas mães que, lamentavelmente, passam pelas dores", pediu ele.

Fazendo um paralelo das dores sofridas por Maria com aquelas sofridas pelas mães atuais, o padre lembrou dos desafios que cada uma enfrenta na sociedade contemporânea.

"Mas se as dores de Maria fossem reproduzidas nos nossos tempos, teríamos que ter ainda a dor de uma mãe que não sabe o que amanhã vai dar de comer para seu filho. Uma mãe que passa horas e horas na fila no pronto-socorro, UPA. Uma mãe que, principalmente no hospital público, fica sabendo que não tem remédio e se quiser tem que comprar por conta própria. A mãe que mora no bairro popular ou então na periferia mesmo, está esperando o filho voltar para casa, e ele atrasa, e ela não sabe se ele volta ou não volta. E a gente assim ficaria, não com 7, mas talvez com 70 vezes 7 dores das mães. Maria no seu tempo e Maria nos nossos tempos", comparou.

Silvana Lima, com a colaboração de Caian Gonçalves (Pascom) e representantes das comunidades da Paróquia.

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