Missão é destacada no aniversário de sacerdócio de padre Casimiro

No dia 8 de novembro de 1987, o então aspirante ao sacerdócio, Casimiro Malolepszy, missionário redentorista e pároco da Paróquia da Ressurreição do Senhor, era ordenado presbítero no Santuário de São Lázaro e São Roque.

Antes disso, porém, ele passou por uma longa trajetória, que envolveu renúncia e entrega. "Eu vim ao Brasil em 1984, quando estudei quatro anos de teologia na Universidade Católica do Salvador (UCSal), e tudo isso foi concluído com a minha ordenação", contou ele.

A primeira Missa também foi celebrada no Santuário de São Lázaro, numa segunda-feira, dia seguinte ao da ordenação, quando padre Casimiro viajou para a Polônia, seu país de origem, para celebrar a Santa Missa na presença de amigos e familiares.

"A gente estava acostumado com a família presente na ordenação e, de repente, a minha família não podia vir porque a situação política na Polônia era totalmente diferente da que é hoje, então, não era possível a viagem, e foi bem assim minha ordenação: sem a família de sangue, mas com muito carinho, inclusive da parte das comunidades onde eu trabalhei como seminarista", recordou ele.

Por conta dessa realidade, poder viajar para celebrar com a família na cidade natal foi um grande presente. "Foi muita alegria lá, muita alegria!", salientou o padre, que explicou o porquê de ter escolhido receber a ordenação no Brasil.

"Lá na Polônia o costume era de que a ordenação acontecesse no seminário, para onde a família do seminarista viajava. Mas não tinha muito sentido manter a tradição, já que vários professores e colegas não estavam mais no seminário. Eu ia voltar para um lugar um tanto quanto estranho, né? Por isso foi combinado que a ordenação ia acontecer aqui", explicou.

Em relação aos 37 anos de caminhada, padre Casimiro diz olhar tudo com bastante simplicidade, especialmente pelo falo dele ter sido atendido no seu maior desejo, que era servir os mais carentes de assistência religiosa.

"Quando entrei no seminário, eu queria trabalhar fora da Polônia, pois achava que na Polônia tinha números suficiente de padres", justificou ele. Inicialmente, padre Casimiro teve mais contato com os missionários da Argentina e da Bolívia, mas quando surgiu a oportunidade para viajar para o Brasil ele abraçou essa possibilidade, especialmente motivado pelo que ouvia falar sobre o Santuário de Bom Jesus da Lapa.

"Eu tive a graça de trabalhar lá durante 13 anos, mas entendo que não tenho que ficar a vida toda, que preciso dar a minha contribuição e seguir em outras áreas, naquilo que se faz necessário. Sou religioso de uma congregação missionária", refletiu o pároco, que se encantou com o povo do lugar.

"Muitos romeiros que iam pra lá eram praticamente abandonados, porque eles iam dos lugares que não tinham assistência religiosa necessária. Muitos, uma vez por ano, podiam sair da fazenda, principalmente do sul da Bahia, onde nem sempre tinha aquele atendimento religioso."

Essa disposição em servir onde for necessário foi o caminho escolhido por padre Casimiro, da ordenação até os dias atuais.

"A minha missão é em função dos necessitados, Não é em função da minha vontade, mas é porque a necessidade de Deus precisa disso", afirmou o pároco.

Tendo percorrido alguns países, em missão, padre Casimiro retornou para a Paróquia de Ondina em agosto de 2023, onde vem escrevendo um novo capítulo da sua trajetória como missionário redentorista.

Toda essa trajetória foi lembrada na última sexta-feira (8), na Santa Missa em Ação de Graças pelos 37 Anos de Sacerdócio, realizada na Igreja Matriz, às 18h.

No final da santa missa, ele recebeu a homenagem dos paroquianos por meio das palavras de Almira Santos, que agradeceu a Deus a presença do padre na paróquia e tudo que ele já realizou durante esse novo período.

Após a celebração, os paroquianos realizaram mais uma surpresa, cantando os parabéns no salão de festas da igreja, de onde o padre saiu para presidir mais uma celebração.

Silvana Lima (Pascom)