Como vivemos nossa fé? A pedagogia do Ano Litúrgico
- PASCOM
- 22 de jan.
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Nas postagens anteriores vimos as etapas da Santa Missa, compreendendo a liturgia como núcleo fundamental da nossa fé.
Participando das celebrações, vivemos o Ano Litúrgico fazendo memória do Ressuscitado nas nossas vidas e na vida de cada comunidade.
A liturgia é, dessa forma, o cume e a fonte de onde emana toda a força da Igreja. Os trabalhos apostólicos, inclusive, ordenam "que todos, feitos pela fé e pelo batismo dos filhos de Deus, juntos se reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem do sacrifício e comam a ceia do Senhor" (cf. SC 10).

O TEMPO LITÚRGICO
Durante o Ano Litúrgico temos a oportunidade de acompanhar o mistério de Cristo, desde a Sua Encarnação e Nascimento até a Sua Ascensão, como também a confirmação da promessa do envio do Espírito Santo, no Pentecostes. Em todos os momentos, seguimos na expectativa da segunda vinda do Senhor.
Percorrendo o Ano Litúrgico em sua completude, percebemos a sua força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã, a partir da recordação das ações de Jesus Cristo. Isso se dá por meio de 3 ciclos de leituras anuais:
- Ano A – com a leitura do Evangelho de São Mateus.
- Ano B – com a leitura do Evangelho de São Marcos.
- Ano C – com a leitura do Evangelho de São Lucas.
O ciclo percorrido em cada ano tem início no Primeiro Domingo do Advento e termina na última semana do Tempo Comum, na Solenidade de Cristo Rei do Universo.
É um caminho espiritual que, pedagogicamente, a Igreja dispõe no ritmo de sete tempos litúrgicos, onde experimentamos a graça de Cristo em cada período, assim divididos:
1 - Ciclo do Natal - com 2 Tempos;
2 - Tempo Comum - estabelecido em 2 partes, entre os ciclos do Natal e Pascal;
3 - Ciclo da Páscoa - com 3 Tempos.

O Ciclo do Natal é composto por quatro semanas de espera e preparação para a vinda de Jesus. Em cada domingo desse tempo, chamado Advento, a Igreja acende uma vela de cor específica, acompanhada de uma liturgia própria.
Já o Tempo do Natal tem início no nascimento de Jesus, segue na Epifania, quando o Menino Deus é anunciado, e termina na Festa do Batismo do Senhor, oportunidade na qual pedimos que possamos “participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade”.
Dentro deste Tempo, passamos pela Oitava de Natal, que é o prolongamento da graça, e é celebrado como se fosse um único dia, mesmo indo do dia de Natal até a Solenidade de Santa Mãe de Deus, no primeiro dia do ano civil.
O Tempo Comum é o mais extenso do Calendário Litúrgico e encontra-se dividido entre o Ciclo do Natal e o Ciclo da Páscoa.
Nesse tempo, o Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos sobre os fins dos tempos, favorecendo a compreensão dos mistérios da vida por meio da escuta da Palavra de Deus.
A primeira parte do Tempo Comum se inicia no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quarta-feira de Cinzas, início da Quaresma. É o tempo das primeiras pregações e ensinamentos de Jesus.
A segunda parte do Tempo Comum tem início na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes do primeiro domingo do Advento. Neste tempo, passamos pela Solenidade da Santíssima Trindade.

No Ciclo Pascal, vivemos o Tempo da Quaresma, a Semana Santa - onde se insere o Tríduo Pascal - e o Tempo da Páscoa.
A Quaresma é um tempo de preparação para a Páscoa, quando somos convidados a revisitar nossas vidas, no desejo da verdadeira conversão. O próprio Jesus nos deixa o exemplo da sua relação de respeito e confiança em Deus ao caminhar 40 dias no deserto. É nesse tempo que também caminhamos no deserto das nossas vidas, buscando a reconciliação com Deus, consigo e com o outro.
O Tríduo Pascal começa na quinta-feira da Semana Santa, após o pôr do sol, com a Missa da Ceia, até a tarde do Domingo da Páscoa, quando o ápice do Ano Litúrgico tem lugar com a Ressurreição do Senhor.
Antes, porém, vivemos o momento mais forte de todo o Ano Litúrgico: a celebração da Paixão de Cristo, que nos torna expectadores da obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus. Morrendo, Jesus destruiu a nossa morte e, ressuscitando, renovou a vida.
Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a Oitava da Páscoa, quando acontece o prolongamento do júbilo da Páscoa.
A festa da Ascensão, celebrada no Brasil no sétimo domingo da Páscoa, é seguida do período que se estende da semana seguinte até Pentecostes, destinado à preparação para a vinda do Espírito Santo.
Fonte: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil - CNBB
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