"A Divina Misericórdia é um remédio para as nossas doenças"
- PASCOM
- 27 de mar. de 2024
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A Terça da Penitência foi celebrada na Igreja Matriz, onde a misericórdia de Deus e dos homens e mulheres para com os seus semelhantes foi destaca por padre Maciel Pinheiro, presidente da Santa Missa.

O sacerdote iniciou a celebração recordando as palavras de Santo Antônio, cuja missa votiva é celebrada às terças-feiras, ao definir como misericordioso aquele que tem compaixão da miséria humana.

Diante disso, ele chamou a atenção para a importância do arrependimento sincero na busca da misericórdia de Deus.
"O mais importante é esse coração aberto e, ao mesmo tempo, reconhecer-se pecador e desejoso ou desejosa de arrependimento, porque é diante desse arrependimento que Deus vem e traz para todos nós a misericórdia", explicou.
Ele pontuou, ainda, como as nossas fraquezas podem nos levar a pecar, assim como aconteceu com os discípulos de Jesus.
"Pecamos na medida em que permitimos que elas falem mais alto do que a bondade do Pai para conosco. Assim também acontece porque não deixamos que Deus fale mais alto dentro de nós. Deixamos que a maldade cresça e determine nossa maneira de pensar e agir."

Apesar disso, tomando mais uma vez as palavras de Santo Antônio, o padre lembrou que "a misericórdia de Deus purifica nossa alma e também os nossos vícios e nos enche de vida e de bênçãos".
Padre Maciel ressaltou, ainda, que essas bênçãos são derramadas em abundância nesse tempo de graça que é a Semana Santa.
"Que esse perdão devolva a cada um de nós o que o pecado tira, que é a dignidade de filhos e filhas de Deus, fazendo-nos nos sentir um lixo, fazendo-nos nos sentir uma coisa e tirando de nossa vida o que Deus quer nos oferecer de melhor. Por isso precisamos aumentar a nossa confiança na Divina Misericórdia de Deus", afirmou ele.
Para evitar o pecado e melhorar nossas relações com os outros, o sacerdote mostrou como é necessário o cultivo diário da relação com Deus.
"Deus não veio ao mundo só porque a humanidade pecou. Deus veio ao mundo porque Ele nos ama e, ao olhar para cada ser humano, ao olhar para você, Ele olha para além do pecado. E não quer que você limite a graça que chega até sua vida e nem mesmo a graça que deve chegar ao coração e à vida do outro, impedindo que a misericórdia possa restaurar e curar as feridas causadas pelo pecado", justificou.
Para ajudar nessa prática, ele lembrou do exercício diário da misericórdia solicitado pelo papa Francisco.
"Deus nos criou com a potencialidade de perdoar, mas se nós não execermos essa capacidade [...] nós a perdemos; da mesma forma que, se não execermos a capacidade de amar, nós a perdemos", ressaltou ele, chamando a atenção para a gravidade desse fato.
"Se nós perdemos a capacidade de perdoar o outro e perdoar a si mesmo, nós não conseguimos nem mesmo nos relacionar porque o outro é tão frágil quanto a gente", ponderou o sacerdote, reforçando que é a partir da experiência do perdão e da misericórdia que brota da nossa relação com Deus, que nós também aprendemos a perdoar.
Padre Maciel pediu, ainda, para evitarmos o julgamento de quem merece ou não o perdão de Deus, nos afastando do Seu amor.
"Deus perdoa porque ama e não porque merecemos. Às vezes o outro não reconhece ou nem merece nosso perdão, mas nós perdoamos por amor a Jesus Cristo, que nos perdoou na cruz", justificou ele, nos chamando a tomar esse gesto de Cristo como exemplo.
"Jesus sofreu na cruz, mas ainda encontrou forças para perdoar, nos dando essa mesma condição", disse o padre, pedindo que contemplassemos a Divina Misericórdia na pessoa do próprio Cristo, que se desdobra em amor, sem limite e sem barreiras, olhando e respeitando a história de cada um de nós.
Para tanto, padre Maciel orientou que lembrássemos das palavras que Jesus dissse na cruz, quando estava sendo torturado e sofrendo: "Pai, perdoa-lhes. Eles não sabem o que fazem".
Ele ainda lembrou que essa relação com o Senhor não precisa ser vivida por medo do castigo de não conseguir perdoar e sim pela confiança de que essa misericórdia cura as dores e sofrimentos do nosso coração.
"A experiência do perdão e da misericórdia renova nossa vida, nossa esperança e nossa humanidade em Cristo Jesus, que nos faz homens e mulheres novos e novas".
Em seguida, o padre conduziu o exame de consciência que deve servir para revisão de nossas faltas e não para alimentar as culpas pelo que já passou.

Após o exame, os fiéis foram chamados para a lavagem das mãos diante do altar, contemplando o quadro da Divina Misericórdia. O momento foi inspirado na purificação do batismo e na lembrança do banho na piscina de Siloé, com essa mesma finalidade, narrado no Antigo Testamento.
Após esse gesto simbólico, padre Maciel concedeu a absolvição comunitária, pedindo que. no silêncio do coração de cada pessoa, um gesto concreto fosse pensado como prece a Deus.
Ele também abençou os pães que seriam doados aos mais necessitados, concedendo a bênção final por intercessão de São José, Nossa Senhora e Santo Antônio.
Silvana Lima, com a colaboração de Caian Gonçalves e Claudomiro Santana (Pascom)
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